Poemas do poeta José Leite


Célula a propósito

“... No cérebro de um poeta
Tem um lugar pra pensar
Uma célula separada
Destinada pra rimar
Um núcleo pra poesia
Outra pra ter alegria
E vários só pra amar

Poeta vive ensinando
Também vive a aprender
Que toda sabedoria
Se usa pra o viver
A cultura e o repente
É pra gente inteligente
Quer na vida vencer ...


Métrica de um poeta?

“... Poesia é a nascente
Que muitos queriam ter
Na mente gera abundância
Mistério que ninguém ver
 A natureza premia
Com sua sabedoria
Só ganha quem merecer

A poesia abranda
E transforma nossa alma
Quando declamo um poema
Um coração se alma
E presta atenção que entende
O povo que compreende
Em aplausos bate palmas

Existe grande poeta
Por que pequeno não tem
Pois nem Tales de Mileto
Que calculava tão bem
Nunca mediu um poeta
Por isso hoje eu faço a festa
Ninguém me mede também ...”


As aves sofrem

“... O açude está secando
É escassez no Sertão
Pois quem está mais sofrendo
É a garça e carão
Procurando uma piaba
E não encontra mais não

Se o tempo está tão difícil
Pra urubu não está
É sujo e faz a limpeza
Ninguém ver se lamentar
Que seja boi ou carneiro
Quando morre é o primeiro
Que ele, vai lá, visitar ...”


Meu Sertão eu conheço

"...O meu Sertão eu conheço
O batido da porteira
O choro da meninada
O catar da lavadeira
O gado comendo pasto
Bebendo água em riacho
Lá em baixo da ladeira

Quando eu acordo cedo
Sinto a madrugada fria
Eu canto logo um repente
Da minha própria autoria
Tomo um café bem quentinho
E sei o camin certinho
Do Café com Poesia ..."


Praia e Sertão em poesia

Com a esquerda e a destra
Eu escrevo muito bem
Valorizo o poeta
O talento que ele tem
A poesia o repente
Eu apreciei também

O verso acalma o valente
Transforma o homem pra o bem
E o povo bate palmas
Pra um poeta que vem
Eu canto pra todo mundo
Não nego um verso a ninguém

As praias são bem tocantes
Cabedelo e Jacumã
Cabo Branco e Tambaú
É belo o Sol da manhã
Já morrei em João Pessoa
Tornei-me logo seu fã

Conheço bem a história
Chamavam de Capitão
Andava com a esposa
Pelas matas do Sertão
Era Maria Bonita
A mulher de Lampião.



Canta, sua história

Eu que recitei repente
Fiz verso rima e canção
Fiz homenagem a Inácio
O gênio da escravidão
E falei da aroeira
A árvore hospitaleira
Resiste do Sertão

Cantei amor de infância
A memória que ele traz
A saudade e a lembrança
Que nunca retorna mais,
Cantei sobre a convivência
A vida e experiência
Que aprendi com meus pais

A vida depois dos trinta
É obra pra geniais
Foi a primeira medalha
Que ganhei nos festivais
Saiu no Folha do Vale
Quem canta nunca se cale
Ser poeta é bom de mais

Antes e após a morte
Também fiz uma canção
É um tema bem divertido
Que chamou muita atenção
E todo traído sente
Outro verso inteligente
Que é da minha criação.



Admiração da vida

Se cantar é um valor
Eu canto que me faz bem
A poesia é um braço
Que me conduz ao além
Vivo feliz nesse dom
Que sou poeta também

Eu sei a força que tem
Um poeta de repente
Um canto do passarinho
Que cedo acorda a gente
Um bom dia de criança
De coração inocente

Um aluno inteligente
Surpreende o professor
Traz alegria pra os pais
Pelo curso que passou
E eu que vivo feliz
Por que nasci cantador.


A Aroeira

A sombra da aroeira
Da repouso no verão
Se for lá meio da mata
Hospeda até o carão
Sendo perto da lagoa
A garça que pra lá voa
Faz aquela animação

De outubro para novembro
Começa a se transformar
E ficando bem florida
Já pode se preparar
É experiência boa
É inverno, e não garoa
Pra quem gosta de plantar.


Os mosquitos perigosos

Parece as profecias
Dando a sua lição
Eu sei que Deus nunca dorme
Princípio da criação
Veio as pragas do Egito
Na Bíblia está escrito
O diluvio da nação
                                                                 
Tem vírus na internet
Vírus de computador
De tanto vírus e mosquito
Que só traz doença e dor
Causando medo é perigo
Parece ser um castigo
Por descrença e desamor

Agora veio bem mais forte
Dengue, zika e chicungunha
E a microcefalia
Pra o mosquito não se ponha
Água em baldes nos quintais
Cumpra as regras principais
Mate as larvas que ele ponha.

E a microcefalia
Que causa dano mortal
No cérebro dum inocente
Desde o seio maternal
Mãe e criança sofrendo
A natureza gemendo
Com o mal universal.



História de agricultor

O símbolo do meu Sertão
Do homem trabalhador
É uma enxada batida
Foice e um cultivador
Um chapéu de palha velho
 Alavanca ou cavador

Tem sua intuição
Quando começa falar
Do peixe que está ovado
Do carrego do Juá
Se for no mês de janeiro
Espera a chuva chegar

O homem agricultor
Que cuidou da plantação
Bateu arroz, quebrou milho
Depois da alagação
Plantava um pouco de tudo
Catava até algodão.



Meu verso tem tudo isso

Meu verso tem a certeza
Como a criança inocente
Igual chuva de janeiro
Que veio pra alegar a gente
 Como um homem de oitenta
Que é mais experiente.

Meu verso é como um pomar
Tem flores e tem espinhos
Tem um sorriso plantado
No trajeto do caminho
Tem o voar no espaço
Como faz um passarinho.

Como a mãe tem o carinho
Pelo filho amamentando
Veloz como um avião
Lá pelos ares passando
Igual à água corrente
Passa no solo molhando.



Eu tenho a marca da vida

Eu tenho a marca vida
O vigor da mocidade
A mensagem do amor
Com grande intensidade
A grandeza da virtude
Que na vida vale tudo
Se tiver sinceridade.

Meu pensamento é veloz
Segue em qualquer direção
Depois duma grande altura
Fica distante do chão
E vai solto pelo ar
E pretendendo chegar
Sem qualquer alteração.

Meu pensamento tem calma
Meu coração tem a paz
Estou pronto todo tempo
Deus fez e ninguém desfaz
Quanto mais eu vivo um dia
Dá prazer e alegria
E quero viver bem mais.



Coisa que não faz bem

Coisas que não me faz bem
Uma patroa briguenta
A mordida dum cachorro
Uma pancada na venta
Uma topado no dedo
E uma mulher ciumenta.

Tem coisa que não faz bem
Um vizinho fofoqueiro
Uma casa cum goteira
Sem luz e sem candeeiro
Sem fósforo para riscar
Sem encontrar o isqueiro.

Tem coisa que muitos gostam
Mais sabe que não faz bem
Pegar racha, empinar moto
Sabe o perigo que tem
Pondo em risco a própria vida
E vida de alguém.

Tem coisa que é horrível
Você sabe bem que é
Uma mosca na comida
Sem ser culpa da mulher
Um besouro no ouvido
Um cabelo no picolé.  
  
Tem mais outra coisa ainda
Não faz bem, mas vou falar
Chego em casa do trabalho
Na hora de almoçar
Ela não preparou nada
Só usando celular.


...

Criação Ciência e Rima

Nação é pra ser feliz
Seguir o trilho da paz
Respeitar as diferencias
Que não pensamos iguais
Deus fez o mundo ordenado
E próprio homem desfaz

Foi bom o computador
Que arquiva as poesias
Divulga nossos repentes
E as nossas cantorias
O mundo está online
Pesquisando as teorias

Eu admiro a ciência
Com a sua exatidão
Comprovando a teoria
Com a sua explicação
Eu junto ciência e rima

No tema desta canção.

...

Fantasia da adolescência

Meu amor tem elegância
E um toque beleza
Tem um sorriso tão belo
Que alegra a natureza

Nunca foi conto de fada
O nosso amor é real
Vou fugir com meu amor
Numa noite de natal

Já preparei a bagagem
Enfrento frio ou calor
Amaro onça pintada
Pra defender meu amor.

...

Eu gosto assim

Eu gosto da poesia
Justifico seu valor
Um poema arquivado
Na fita do gravador
Na tela do celular
A foto do meu amor

Eu guardo lá na gaveta
Só coisa que me faz bem
Um livro Jorge Amador
Que muita história tem
Um presente da amada
Que não vendo nem por cem

Verso traz animação
Que faz a festa maior
Leitura transforma a mente
Poeta nunca está só
Depois que faço um repente
Me sinto muito melhor.

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